Você percebe quando está com sede?

Há um ditado popular dos habitantes do deserto que diz: “Você pode levar quantos camelos quiser para todos os oásis que encontrar; entretanto, o camelo só beberá água quando estiver com sede”. Essa frase ficou passeando pela minha mente e surgiu uma questão que achei interessante: Será que nós percebemos quando estamos com sede?

Decidi então verificar algumas situações que evidenciam nossa sede e que às vezes não percebemos; Você já deve ter se sentido, ou ainda se sente paralisado diante de algumas situações que exigem decisão, preparação, estudo, ou seja, exigem movimento, dinamismo, atitudes diferentes e o máximo que nós conseguimos é ficarmos andando de um lugar para outro, com os pensamentos a mil e com todas as ideias que parecem emaranhadas como um novelo de lã desfeito.

O que podemos observar nesse tipo de situação é que toda a movimentação fica somente no nível do conhecimento adquirido, dos pensamentos e das idealizações. E na prática ficamos como em um dia de domingo bem quente, largados no sofá, transpirando, reclamando e brigando com as possibilidades de mudança. Neste exemplo, até visualizamos algumas atitudes para mudar as sensações desagradáveis: dar uma volta de moto, vestir uma roupa leve, preparar um suco natural bem gelado, tomar banho de mangueira no quintal, mas logo desistimos e permanecemos com “sede”.

Aí vem a pergunta crucial: Por que alimentamos os mesmos comportamentos diante das situações(ficar largado no sofá), mesmo sabendo que obteremos os mesmos resultados (fadiga, desânimo e irritação)?

Acredito que uma possibilidade de solução é achar a ponta do fio desse novelo de lã. Como fazer isso então?

O primeiro passo é identificar uma situação na qual você se sinta paralisado, escolha situações cotidianas como no exemplo acima, comece fazendo perguntas simples, mas fundamentais, como no exemplo: O que quero fazer em um domingo? O que posso modificar nesse ambiente para me sentir melhor? Quais as atitudes (ações) que posso tomar para obter novos resultados? O resultado que desejo dessa situação depende de mim ou envolve outras pessoas? Em caso positivo, as pessoas envolvidas têm os mesmos objetivos que os meus? Eu tenho todas as habilidades necessárias para executar minhas ações?

No exemplo das possibilidades de mudança citadas acima, se quero andar de moto, tenho que ter habilitação, ou então, posso convidar um amigo que tenha o mesmo interesse, caso contrário tenho que buscar outras opções, o que não vale é ficar zangado e achar que ninguém quer colaborar com desejos que só pertencem a nós e aos nossos interesses.

Lembre-se o único responsável pelas suas sensações é você mesmo.

O segundo passo é identificar os sentimentos que inconscientemente estão por trás da paralisação: medo do desconhecido, insegurança, tristeza, desânimo. Os sentimentos são importantes e devem ser reconhecidos; quando você os identifica, percebe quais as situações irreais que estão sendo criadas em sua tela mental e que fazem você se cansar e desistir antes de realizar novas experiências.

Nós, seres humanos, temos uma capacidade incrível de abstração e criatividade, o que é preciso é identificar na nossa tela mental o que estamos criando e aprender a interferir.
Interferir? Isso mesmo, se é para usar a nossa imaginação, essa ferramenta tão poderosa, que seja positivamente a nosso favor.

De todas as sugestões de respostas aquelas perguntas, visualize e sinta as sensações positivas que elas trazem e tente identificar as limitações que vão exigir que você se prepare melhor, seja modificando seu ambiente, adquirindo novas habilidades, novos comportamentos, reavaliando suas crenças ( algumas pessoas acreditam que a TV é a única opção de entretenimento no domingo) ou simplesmente focando a situação com visões diferentes.

Realizando esses dois passos você já responderá a pergunta que te levará em direção aos seus objetivos: você tem sede de quê? O importante é a gente perceber que conhecimento e conscientização não trazem mudanças se não forem colocadas em prática e experimentadas; as experiências é que nos trazem novos resultados, novas possibilidades e despertam potencialidades adormecidas que nem imaginamos.

Bem, entre todas as opções, existe uma que só você poderá avaliar:

Diante do oásis da vida, será que você percebe sua sede a ponto de DECIDIR quando beber água?

Na presença dos Sentidos – Por Gizele Cordeiro

4 comentários em “Você percebe quando está com sede?

  1. Quebrar barreiras, paradigmas, identificar o que nos impede e fazermos a nossa metamorfose, palavras lindas e de uma reflexão tremenda! Gratidão pelas palavras. Anciosa pelos próximos posts ❤️

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